Sunday, 30 August 2009

Esta dor agonizante queima dentro do meu peito. Este fervor do meu coração clama pela justiça que tem-me sido negada durante todos estes anos. Estou presa num lugar desconhecido. Num lugar ao qual já não posso chamar "lar". As paredes de toda a casa parecem encolher a medida que caminho pelo corredor ou pelas divisões. A porta da rua parece-me cada vez maior e resplandecente, como se ela fosse a chave para o fim deste tormento.

Sinto-me sem forças, sem vontade, e só com um pensamento em mente: fugir daqui, ir para longe, para onde ninguém me encontre jamais.

Isto queima, corrói por dentro, mata. Mata o pouco que restou. Mata os últimos suspiros de vida, felicidade, alegria. Mata tudo. E enterra ainda mais fundo o que já estava morto. É quase como se deixasse de respirar. Como se sentisse os órgãos a contraírem-se por algo que já não está lá! Como se o coração tivesse deixado de bombear o sangue ou como se esse mesmo sangue tivesse secado mesmo antes do coração deixar de bater. A única coisa que sinto é um vazio amargurante, uma dor incessável.

E tu? Tu que estás a ler, diz-me. O que vês quando fechas os olhos e te concentras por um minuto? O que sentes quando vês que não tens saída possível? Quando tens as mãos e os pés atados? O que farias se durante 7 anos da tua vida fosses perseguido, mal-tratado psicologicamente, humilhado diariamente? Se durante esses anos tivesses vivido num inferno? Ou melhor, se durante esse tempo tivesses desejado viver no inferno propriamente dito que na tua própria casa? Diz-me. Ao ler isto, o que sentes?

Tu não sei, mas eu, estou no meu limite. No limite dos limites.

Ah.. e não me venham com lições de moral s.f.f.

Thursday, 27 August 2009

Para que lutar numa batalha que a partida já está ganha? Para que lutar por alguém que já tenho?

Prefiro estar sozinha do que com alguém que não chama a atenção, que não me desperta qualquer interesse.

Tenho tendência para o que me parece impossível.

É por isso que me fazes tanta falta! Porque és impossível! Porque és inatingível! Inigualável.. És único. E a cima de tudo, és tu e não te importas com mais nada!

É alguém assim que eu quero! Alguém que tenha objectivos, planos, sonhos. Sentimentos. Quero alguém que saiba de si. Que se cuide e cuide de mim. Que saiba dar-me o espaço que preciso mas ao mesmo tempo manter-se sempre ao meu lado. Quero alguém que seja independente. Que não se limite ao seus limites. Que procure sempre mais e mais. Que queria ir para além do horizonte. Para além das suas próprias expectativas. Que sonhe alto. E siga esses sonhos até ao fim. Que queria ser feliz. Que seja feliz com o que é e tem. Que procure mais, mas sem exageros. Que seja humilde. Que seja sincero. Que seja leal. Que seja amigo. Que seja querido. Que seja simpático. Que seja ele mesmo.

Enfim, já chega de sonhar. O que quero mesmo? É paz! É conseguir esquecer esta cena dos sentimentos, do quero isto e aquilo, porque quero muita coisa e não posso ter nem metade!

O que quero mesmo? É que voltes. Fazes falta. Tenho saudades.

Monday, 17 August 2009

Sinto que me faltou o chão debaixo dos pés.

Sem sentido.
Sem rumo.
Sem vontade.
Sem destino.
Sem reacção.

Sem aquela felicidade que encontrei a tempos...

Maldita distância que me separou de ti.
Maldita barreira que construí para o mundo.
Maldito feitio idiota que tenho que só me deixa pensar em ti.

FODA-SE.

Saturday, 15 August 2009

Fazes-me falta...



"Esperanças nunca acabam, distância não interessa
meu coração bate, por um sentimento sincero
Minha certeza é que eu amo, esse doce rapaz
que cativa os meus sonhos, com seu lindo sorriso."



Sunday, 2 August 2009

Estás num bar onde todos conhecem-te, encostada ao balcão na tua, a curtir o teu som. Dás-te conta que há "sangue novo" no território e, de longe, observas os forasteiros.

Um deles apresenta-se: "Hey, sou o Jorge. Posso pagar-te um copo?".

Tu, receosa como sempre, não aceitas a primeira, mas depois de muita conversa ele convence-te a aceitar, afinal, um copo não faz mal a ninguém. Começas a beber e continuas a falar com o tal rapaz, sentes-te cada vez mais a vontade e nem dás conta de que o tempo está a passar. Ele paga-te outro copo, e mais outro e nem te apercebes de que estás a ficar cada vez mais vulnerável. Por volta da hora de fecho do bar, dás por ti tonta, sem reacção, completamente drograda. O moço, na sua boa fé, oferece-se para levar-te a casa. Tu, sem sequer pensar no assunto, aceitas. Afinal, o que tem de mal? Ele até parece boa pessoa!

Entretanto, adormeces no carro... Quando acordas, vês que estás numa rua do Bairro Alto, sem noção do tempo, sozinha. Pensas para ti: que estou a fazer aqui? Aquele monte de merda enganou-me bem. Ouves passos, mas não tens força nem controlo sobre ti para sequer virares a cara para ver quem vem lá.

De repente a pessoa aproxima-se de ti e senta-se ao teu lado. Só tens força para abrir os olhos e pouco mais. Ouves, como um suspiro ao teu lado:

"Olá criatura. Que decadência a tua, ao fim destes anos todos observei-te de perto sem que desses por mim. Segui os teus passos. Vivi na sombra do teu ser. Para que? Para poder estar presente quando o momento certo chegasse. E hoje o grande dia chegou. Gostaste do meu amigo Jorge? Ele é um porreiro. E sabes da ultima novidade? Trabalho na disco onde estiveste. No bar mais concretamente. Estás com mau aspecto. Bebeste demais? Ou então foi daquele pozinho branco que deixei cair, inocentemente, em todos os copos que bebeste? Ooops... My fault... Sabes, hoje quero mostrar-te algo, quero mostrar-te que aprendi contigo o sentido mais puro do sentimento que nutri por ti durante todo este tempo. "A vingança tarda, mas não falha". E é isto. Tardou mas cá estamos, tu drogada e bêbada no meio de um beco e eu lúcida, mas cega de ódio. Hoje será a ultima vez que terás coragem para ser quem foste, porque garanto-te não voltarás a ser a mesma criatura que foste em tempos. Sabes o que tenho aqui? Um brinquedo para ti. Uma razorblade. Deixa-me ajudar-te, sei que tens sofrido muito e tenho a perfeita noção de que queres por um ponto final nesta tua vidinha miserável. Eu ajudo-te, afinal os amigos são para as ocasiões, right? (...) Ooops... Acho que foi muito fundo, o jacto de sangue fez ali uma bela pintura na parede hum?? Deixa cá ver o outro braço agora. (...) Ooops... Acho que exagerei neste também! Enfim. Deixa lá. Não deves sentir muita coisa neste instante. Enfim, está na minha hora! O Jorge está a minha espera no carro. Vemo-nos por aí, ou deverei dizer, vejo-te no inferno?"

Não consegues acreditar no que te está a acontecer. Vês o teu sangue por todo o lado e mal te lembras da pessoa que te fez isto. Tentas poupar os teus últimos suspiros no caso de alguém aparecer para te ajudar. Começas a pensar no que deixaste para trás, no que foste e no que fizeste. Aquela voz não te era estranha. Era-te muito familiar mesmo. Num flash de memória, nos poucos minutos que te restam, a imagem de duas miúdas, duas amigas, ou talvez, mais que isso, aparecem-te de repente na cabeça. Era ela! A tal que juraste fazer a vida num inferno. Olhas para ti mesma, nesse estado, a esvairar-te em sangue, sem ninguém por perto, sem fôlego nenhum.

Chegou a tua hora, pagaste pelos teus actos. Resta-te um último suspiro e dás por ti mesma a dizer... Desculpa.

Mas infelizmente, era tarde demais.