Sunday, 2 August 2009

Estás num bar onde todos conhecem-te, encostada ao balcão na tua, a curtir o teu som. Dás-te conta que há "sangue novo" no território e, de longe, observas os forasteiros.

Um deles apresenta-se: "Hey, sou o Jorge. Posso pagar-te um copo?".

Tu, receosa como sempre, não aceitas a primeira, mas depois de muita conversa ele convence-te a aceitar, afinal, um copo não faz mal a ninguém. Começas a beber e continuas a falar com o tal rapaz, sentes-te cada vez mais a vontade e nem dás conta de que o tempo está a passar. Ele paga-te outro copo, e mais outro e nem te apercebes de que estás a ficar cada vez mais vulnerável. Por volta da hora de fecho do bar, dás por ti tonta, sem reacção, completamente drograda. O moço, na sua boa fé, oferece-se para levar-te a casa. Tu, sem sequer pensar no assunto, aceitas. Afinal, o que tem de mal? Ele até parece boa pessoa!

Entretanto, adormeces no carro... Quando acordas, vês que estás numa rua do Bairro Alto, sem noção do tempo, sozinha. Pensas para ti: que estou a fazer aqui? Aquele monte de merda enganou-me bem. Ouves passos, mas não tens força nem controlo sobre ti para sequer virares a cara para ver quem vem lá.

De repente a pessoa aproxima-se de ti e senta-se ao teu lado. Só tens força para abrir os olhos e pouco mais. Ouves, como um suspiro ao teu lado:

"Olá criatura. Que decadência a tua, ao fim destes anos todos observei-te de perto sem que desses por mim. Segui os teus passos. Vivi na sombra do teu ser. Para que? Para poder estar presente quando o momento certo chegasse. E hoje o grande dia chegou. Gostaste do meu amigo Jorge? Ele é um porreiro. E sabes da ultima novidade? Trabalho na disco onde estiveste. No bar mais concretamente. Estás com mau aspecto. Bebeste demais? Ou então foi daquele pozinho branco que deixei cair, inocentemente, em todos os copos que bebeste? Ooops... My fault... Sabes, hoje quero mostrar-te algo, quero mostrar-te que aprendi contigo o sentido mais puro do sentimento que nutri por ti durante todo este tempo. "A vingança tarda, mas não falha". E é isto. Tardou mas cá estamos, tu drogada e bêbada no meio de um beco e eu lúcida, mas cega de ódio. Hoje será a ultima vez que terás coragem para ser quem foste, porque garanto-te não voltarás a ser a mesma criatura que foste em tempos. Sabes o que tenho aqui? Um brinquedo para ti. Uma razorblade. Deixa-me ajudar-te, sei que tens sofrido muito e tenho a perfeita noção de que queres por um ponto final nesta tua vidinha miserável. Eu ajudo-te, afinal os amigos são para as ocasiões, right? (...) Ooops... Acho que foi muito fundo, o jacto de sangue fez ali uma bela pintura na parede hum?? Deixa cá ver o outro braço agora. (...) Ooops... Acho que exagerei neste também! Enfim. Deixa lá. Não deves sentir muita coisa neste instante. Enfim, está na minha hora! O Jorge está a minha espera no carro. Vemo-nos por aí, ou deverei dizer, vejo-te no inferno?"

Não consegues acreditar no que te está a acontecer. Vês o teu sangue por todo o lado e mal te lembras da pessoa que te fez isto. Tentas poupar os teus últimos suspiros no caso de alguém aparecer para te ajudar. Começas a pensar no que deixaste para trás, no que foste e no que fizeste. Aquela voz não te era estranha. Era-te muito familiar mesmo. Num flash de memória, nos poucos minutos que te restam, a imagem de duas miúdas, duas amigas, ou talvez, mais que isso, aparecem-te de repente na cabeça. Era ela! A tal que juraste fazer a vida num inferno. Olhas para ti mesma, nesse estado, a esvairar-te em sangue, sem ninguém por perto, sem fôlego nenhum.

Chegou a tua hora, pagaste pelos teus actos. Resta-te um último suspiro e dás por ti mesma a dizer... Desculpa.

Mas infelizmente, era tarde demais.

Thursday, 23 July 2009

Sofre-se quando se ama, se tem coração, se sente vivo... Mas é tão triste viver sem sonhos, esperança, amor... Sem sentir a vida a passar... Sem dar-se conta de nada... Simplesmente ver a vida a passar-me ao lado... Sinto-me cada vez mais sozinha... É incrível... Não caí uma lágrima, não tenho reacção... Não tenho vontade de nada... Só tenho um vazio que me consome, destrói-me aos poucos, que vai matar-me no silêncio do que resta do meu coração...


AHHH estou a desesperar...

Monday, 20 July 2009

Parar e pensar duas vezes... O que ando a fazer? Rigorosamente nada... Sinto-me de pés e mãos atados... Como se me privassem do ar, da essência de viver. Mas afinal, o que é isso? É amar? Se o for, sou uma ignorante. Não sei que fazer, que pensar, que sentir. Sei que estou fechada para o mundo, para a vida. Pensas que devo acordar para a vida? Deixar de ser como sou? E passar a acreditar em algo que ficou perdido no tempo? Peço desculpa. Sou assim. E infelizmente, não consigo mudar. Não consigo deixar de ser quem sou, a mulher em que me tornei. Ou deverei dizer a criatura? Sinto um vazio que não será preenchido em mim, nem hoje, nem nunca. Esperança? Desvaneceu-se. Um dia talvez volte, mas é melhor nem pensar nisso ou talvez também deixe de acreditar nessa hipótese...

Monday, 15 June 2009

Caguei... Em ti, em todos... Que se fodam... Não precisam de mim, eu não preciso de ninguém... Muito menos de ti... Não preciso de viver presa a ti, de sonhar, de ser feliz. Não preciso de fazer planos, de projectar objectivos. Preciso apenas de me libertar de ti, do que sinto por ti, deste mundo, de todos. Não tenho de viver com esperanças de mentira, a brincar aos amigos, às amizades perfeitas, aos sonhos por realizar. Não quero isto. Estou farta, cansada, pelos cabelos. Será que esta gente só sabe mentir?! Será que já ninguém sabe o significado de AMIZADE!? Parece mesmo que não man... Sabes que mais? Caguei. Vamos todos viver num mundo de mentira, de engano e de sinismo. Sim, posso ser uma cabra, e depois? Quem não pode?

Thursday, 4 June 2009

Desde muito pequena que ensinaram-me a não desistir dos meus sonhos... Desde sempre acreditei que desistir não era uma hipótese... Acreditei que tal coisa era para os fracos, para quem não sabia viver. Hoje vejo que a vida em si não é tão linear. A vida é tão complexa, tão cheia de obstáculos, de desilusões, de tristeza. Pergunto-me o porque de ter sido ensinada a sonhar tão em menina. Porque?! Porque crescer numa ilusão? Porque não me ensinaram a ver a realidade tal como é? Porque? Arrependo-me por ter acreditado. Arrependo-me de não ter podido contradizer quem me cegou em menina. Que fez de mim a típica rapariga cheia de sonhos e força para os concretizar. Mas esqueceram-se de um pequeno pormenor (ooops dizem eles...) a força é como uma flor... Se não é regada e não apanha luz do sol, acaba por morrer. Tal como a força que plantaram em mim. E simplesmente deixaram a desvanecer. Hoje vejo-me na pele daqueles que sempre incentivei, ajudei e não deixei desistir. Vejo-me do outro lado da moeda, completamente oposta ao que sempre fui, ou talvez, ao que sempre desejei sei. Perdi toda a confiança, esperança e vontade de vivier. Custa-me tanto olhar ao meu lado e ver este vazio tão grande... Fechar os olhos e só ver um enorme borrão no mesmo lugar onde dantes via imagens tão nítidas do meu paraíso perfeito. Do meu mundo. Mundo que hoje já não existe...

Sinto-me devastada... Como se já nada fizesse sentido...

Tuesday, 14 April 2009

A vida deu-nos uma chave para abrir as portas do nosso destino e escolher o nosso caminho. Com o tempo vamos aprendendo que é preciso abrir muitas portas para conseguirmos distinguir quais são as certas e as erradas. Pessoalmente, neste momento a minha vontade é abrir a primeira porta que me aparecer a frente e esconder-me por trás dela. Encontrar um refúgio onde ninguém me encontre. Onde ninguém se lembre de procurar-me. Mas é incrível como não o consigo fazer. Portas não abrem porque não tenho a chave certa. Outras abrem mas já estão ocupadas. E outras ainda já estão abertas e "desabitadas" mas a solidão parece-me tão profunda que não me atrevo a entrar. Quero paz. Quero ser feliz. Quero poder ser livre. Acordar de manha e sorrir e pensar que finalmente a tempestade que me atormentou toda a noite passou. Que o sol brilha lá fora. Que já é hora de viver. Mas cada porta que abro é a errada. Cada fechadura em que toco parece-me mais fria do que a anterior. Tenho medo de errar. Tenho medo de falhar. E sobre tudo, tenho medo de sofrer. Tenho medo de voltar a arriscar e voltar perder tudo de mim. Será que um dia vou abrir a porta certa? Será que um dia a porta não se irá fechar por trás de mim? Será que algum dia eu vou ser feliz? Será?


Só me faltas tu! O resto, está perfeito... Só tu...


Post alterado de 13/12/08 para a data actual

Sunday, 12 April 2009

pensamento do dia,,,

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.

Post alterado de 27/04/07 para a data actual
Que fazer quando não está ninguém à nossa volta? Que fazer quando TODOS que pensávamos existir diariamente na nossa rotina desaparecem sem dar a mínima explicação? Não sei... Sinceramente não sei... Então agora, estou cada vez mais desiludida com TODOS que se diziam meus amigos, quase do meu sangue. Aqueles que a pouco tempo atrás (até mesmo porque não foi assim a muito..) estaria quase disposta a arriscar a minha própria vida por eles. Mereciam esse sacrifício da minha parte? NÃO. E mostraram-no agora. Quando mais precisei estava aí alguém? NÃO. E quando eles precisaram? Estava eu lá? Sempre que me foi possível sim, e quando não estava, ao chegar fazia o mínimo, um pedido de desculpas e o apoio naquela hora.

A vida não foi feita para ser fácil, e cada vez aprendo que dói muito mais viver nesta realidade cruel e masoquista que nos sonhos dum universo paralelo onde NADA existe desta podridão de mundo.

Estou cada vez mais decidida a mudar-me para Marte quando decidirem que aquilo é habitável...

Thursday, 9 April 2009

Quanto mais te conheço... Mais de mim vejo em ti... Mas será que isto é certo? Não me procuro em ti... Disso sei... Mas vejo-me em tantos traços teus, na maneira que falas, como te exprimes. És tu? Ou serei eu a sonhar?

Saturday, 4 April 2009

"And so the lion fell in love with the lamb"